Shinji acorda cedo, o sol começa a despontar no horizonte, a luz amarela matinal incide sobre seu rosto enquanto observava o jardim de sua casa, estava no segundo andar e a janela de seu quarto lhe dava a visão perfeito da arvore que estava plantada bem no meio do jardim, da mesma altura da casa, mesmo aparecendo por sobre as montanhas, o sol demorava um pouco para atingir a casa.
O garoto observa as folhas balançando suavemente, dançando junto com o vento, a manhã estava perfeita, ele saiu do peitoral da janela, o relógio sobre a mesa de cabeceira estava tocando, não tinha idéia por que o colocou para tocar, já que estava de férias e não precisava acordar cedo, mas já estava de pé meia hora antes do habitual e agora sentava sobre a cama e observava sua escrivaninha, o celular continuava ali.
Na noite anterior recebeu mensagens de seus colegas, avisando que iriam viajar, Sawachika iria visitar sua tia em outra cidade, Karasuma, Imadori e Tennouji foram para um acampamento de férias na praia, Suou e Takano mandaram uma mensagem dizendo que estariam muito ocupadas para que pudessem se encontrar.
O mais engraçado era que Shinji não perguntara se eles iriam viajar ou não, mas isso significava que eles se importavam com ele, o que fazia ele se sentir melhor.
Ao olhar para o lado da escrivaninha viu objetos que não eram tocados por ele a muito tempo, eram presentes que ganhara, não os guardou pois queria que ficassem a vista, era o meio de demonstrar que agradecia pelos presentes mesmo que não se interesse por eles.
Estava pendurado num gancho um quimono de karate e uma faixa preta e no chão abaixo deles uma bola de futebol, presentes de seu pai, ele dizia que faria seu filho ser faixa preta em um mês, Shinji ria disso.
Ao lado do kimono, encaixada por dois pregos em sua guarda estava uma katana de madeira, colocada em posição vertical, e abaixo dela uma bola de basquete, presentes de seu tio Kenji.
E por ultimo os presentes de sua tia Natsumi, uma lança de madeira, a ponta não era afiada, possuía uma forma cilíndrica, estava encostada na parede e logo abaixo dela uma bola de beisebol, no passado ela fora uma grande jogadora de beisebol, mas não entendia o porquê da lança já que ela também foi uma grande arqueira, e seguindo os gestos dos seus irmãos, acreditou que iria ganhar um arco e um alforje de flechas.
Olhava os presentes do seu tio com mais atenção, pois hoje ele ia visitá-lo. Ele morava na cidade vizinha, na antiga casa que pertenceu ao avô de Shinji.
Ele se levantou, saiu do seu quarto e desceu a escada em direção da sala, não havia ninguém nela, foi até a cozinha que ficava ao lado e encontrou a cena que adorava ver toda manhã, sua família reunida na mesa.
- Bom dia querido – diz sua mãe.
- Nii-chan, você demorou. – reclama a irmã.
- Shinji, você acorda mais cedo e levanta mais tarde, parece um velho. – brinca o pai.
Ele responde com um simples bom dia e começa a comer o café da manha preparado pela mãe.
- Espero que todos estejam prontos, pois iremos viajar daqui a duas horas e não gostaria de atrasos. – diz a mãe, recolhendo a louça do café.
- Eu só gostaria de me despedir de uns conhecidos antes de irmos – pede Shinji.
- Mas pensei que todos os seus amigos já tivessem se despedido de você? – pergunta o pai.
- Sim, mas tem umas pessoas com quero falar antes de ir – Shinji se levanta e corre para o quarto para trocar de roupa, desse logo depois, sua mãe o espera na porta de entrada e lhe entrega uma pequena caixa de plástico contendo doces.
- Para esses seus conhecidos, uma lembrança. – diz a mãe.
- Pra ser sincero eu acho que não precisa. – responde Shinji ao gesto da mãe.
- Mas o que vale é a intenção – ela força os doces na mão dele – e ande logo, não quero atrasar.
- Ei nii-chan, quer que eu guarde as suas coisas – pergunta sua irmã da sala.
- Não precisa, já guardei tudo ontem a noite – responde Shinji, enquanto corre pela calçada.
Shinji corre até a margem de um rio que passa perto de sua casa, ele avista um velhinho a beira do rio e acena para ele.
- Oh, bom dia garoto – cumprimenta o velhinho.
- Bom dia, senhor – responde Shinji.
- O que faz tão cedo acordado durante as férias.
- Bom, como eu, disse vou viajar e vim me despedir.
- Sim é claro, vai ser triste sem ter com quem conversar.
- Mas vou voltar em um mês, se o senhor estiver aqui eu volto a conversar com o senhor.
- Você sabe que é difícil permanecermos num lugar por tanto tempo.
- Então espero que o senhor encontre o caminho e o siga feliz.
- Obrigado, garoto.
- Ah, antes que eu me esqueça, um presente da minha mãe, ela disse que era uma lembrança.
- Mas você sabe que eu não posso.
- Tudo bem, ela não sabe, e eu sei que ela fez isso com muito carinho.
- Mais uma vez obrigado, Tsukino Shinji.
- Não foi nada, e talvez isso seja então um adeus.
- Sim, acredito que seja um adeus.
Shinji se virou e foi embora, começou a correr para longe e a imagem do velhinho se tornou distorcida pela luz do sol.
Tsukino Shinji possui um dom incrível, ele pode ver espíritos, aquele velhinho era um deles e Shinji ficava muito amigo deles tentando ajudar eles de alguma forma.
Com o tempo alguns sumiam e outros apareciam, contando suas historias dramáticas ou lembranças alegres, ainda que não se lembrassem claramente delas.
Ele passou a manhã visitando todos esses amigos especiais, passado uma hora e meia ele volta para casa.
- Cheguei.
- Ótimo, então tome rápido um banho e coloque suas coisas no carro. – dizia sua mãe, enquanto ela carregava algumas bolsas para o carro.
Depois do banho, ele se vestiu e pegou sua mala e correu escada abaixo, seu pai esperava na porta.
- Pegou tudo?
- Sim. – responde Shinji.
- Ótimo, então entre no carro.
Shinji guarda sua bagagem no porta-malas e entra no carro, ao lado de sua irmã.
O carro começa a se locomover, Shinji ia ficar praticamente todas as suas férias fora de casa.
Mal saíram e ele já estava sentindo saudades.
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Fim do 1º filler de karakura silver
Espero que tenham gostado da introdução.
Ter Out 13, 2009 9:46 am
