Shinji ficou sentado na varanda da casa por muito tempo, estava observando umas nuvens negras que vinham da direção do centro da cidade, podia sentir algo vindo dali, algo maligno, mas talvez fosse apenas a visão das nuvens sombrias que cobriam os prédios, deixou isso de lado e entrou na casa.
Quase todos estavam na sala, os pais de shinji estavam discutindo sobre as coisas que teriam que comprar no dia seguinte na cidade, Sayo, irmã de Shinji, estava desenhando num papel o que parecia ser uma floresta, pelo menos é o que parecia para Shinji, os tios de Shinji, Kenji e Natsumi estavam discutindo sobre como a casa deveria ser melhor cuidada, Kyousuke, também tio de Shinji, casado com Natsumi, estava no telefone, conversando sobre trabalho, ele era muito dedicado ao trabalho e Yuna, prima de Shinji, filha de Kyousuke e Natsumi, tentava assistir TV, mas desistiu e foi em direção ao quarto dela, Shinji a seguiu e parou na escada, perguntando se os dois poderiam conversar para passar o tempo.
Entraram no quarto dela e sentaram na cama, o quarto já estava decorado com suas coisas habituais, uma foto da família sobre a mesa de cabeceira, o arco de competições pendurado na parede, um presente dos pais e provavelmente o melhor presente que recebera pela reação que teve, chorou de alegria, deve estar no sangue.
E pra completar um pôster de Don Kanonji, no auge de seu tempo.
- Ei, esse pôster é de uma edição limitada, onde você conseguiu esse pôster? – pergunta Shinji.
- Eu ganhei numa aposta de arco e flecha com um garoto do segundo ano – responde Yuna.
- Que idiota – comenta Shinji – será que ninguém da sua área se convenceu de que você é a melhor arqueira.
- Minha área? Parece que eu participo de uma guerra de gangues. – comenta Yuna.
- Eu testemunhei como aqueles arqueiros são maníacos em relação a competições e duelos de arco e flecha. – responde Shinji.
- Ei, não fale deles assim, é tradição, costumes antigos, passados de geração em geração...
- É, eu sei, desde os samurais e os exércitos de arqueiros, e tal, você já me contou muitas e muitas vezes essas historias. – comenta shinji.
- É claro, tenho que sempre contar essas historias para que você pare de ficar caçoando desses costumes. – responde Yuna.
- Acho que vou continuar caçoando ainda que você me conte essas historias – diz Shinji.
- Pelo menos eu tenho um pôster de edição limitada – diz Yuna se achando.
- Quem liga para um pôster do Don Kanonji? – pergunta Shinji com ar de incredulidade.
Os dois ficam se encarando e Yuna diz:
- Você gostaria de ter esse cartaz não é?
- É, gostaria – responde Shinji.
Então os dois caem na gargalhada.
No outro dia de manhã, Shinji acorda cedo, teria que ir para a cidade pois seus pais queriam fazer compras, ele sai do quarto e desce até o primeiro andar onde estava o banheiro, por sorte ele estava desocupado e podia entrar para tomar seu banho matinal.
Depois de alguns minutos Shinji sai do banheiro e seu tio Kenji já esperava do lado de fora.
- Bom dia shinji. – cumprimenta seu tio.
- Bom dia tio Kenji – retribui Shinji.
- Terão um dia cheio, hein? – pergunta Kenji.
- É o que parece – responde shinji.
Shinji caminha de volta até seu quarto só de calça e com a toalha na cabeça, ao chegar no fim da escada, no segundo andar, ele se depara com Yuna na frente da porta do quarto dela, usando apenas uma camisola rosa que ia até joelhos.
- Oi – cumprimentou Shinji, ela não respondeu, ficou vermelha e saiu correndo escada abaixo.
“O que será que deu nela?” – pensou Shinji enquanto entrava no quarto.
Estavam todos comendo café da manhã quando Shinji desceu, ele se juntou a família que nesse momento estavam discutindo o que deveria ser comprado na cidade, Shinji não prestou atenção no que tinham decidido comprar, a única coisa que sabia é que teria que ir junto, não se incomodou com isso.
Shinji já se encontrava dentro do carro de seus pais, junto de Sayo e Yuna, o pai dele estava do lado de fora do carro apresando sua mulher que ainda estava discutindo com Natsumi o que deveriam comprar.
Assim que finalmente terminaram, os dois entraram no carro em direção da cidade.
Algum tempo depois já estavam dentro da cidade, deixaram o carro numa garagem e foram fazer as compras por perto, pois se tratava de uma área comercial, Shinji ficou dentro de uma loja onde vendiam revistas e mangas, enquanto Yuna e Sayo foram numa loja de roupas e Takashi e Kasumi foram fazer compras no mercado ao lado.
Shinji estava olhando algumas revistas quando sentiu um arrepio estranho, algo perigoso estava por perto mas não deu muita atenção, quando ouviu um grito, algo quase como um rugido, não tinha como explicar, a única coisa que sabia que isso o deixou arrepiado.
E o mais estranho de tudo, parecia que ninguém mais ouviu, só ele, então ouviu o grito novamente, tinha que descobrir o que era.
Ele saiu da loja, ele sabia que a sensação estranha que sentia e os gritos tinham alguma ligação, seguiu seus instintos, ele correu pela rua, entrou numa viela e se viu dentro de parque cercado de prédios.
E no meio do parque escuro pelas sombras dos prédios ele viu uma garotinha sendo ameaçada por um monstro enorme, de mascara branca, a criatura deu um rugido assustador, era ele quem Shinji ouvia.
“Tenho que ajuda-la” – foi a única coisa que Shinji pensou antes de correr contra a criatura.
Mas antes que pudesse fazer algo, a cabeça do monstro é repartida em dois por um vulto em trajes pretos usando uma Katana.
( continua )
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Qui Fev 25, 2010 8:56 am
