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Pai: Homem de negro? Cinzento com máscara? Será que foi desta que ele começou a ver coisas? - Olha para o céu. O filho continuava a apontar para uma nuvem que seguia o seu caminho, mas isso não era preciso. Ele próprio também os conseguia ver e apesar de não querer acreditar, acreditou. - Shinigami e um Hollow! Ele... Está a vê-los! Tenho que o levar daqui...
(...)
Kiyoshi: Porque não me deixam ir para lá? Eu consigo vê-los!
Pai: Não é por os conseguires ver que os consegues derrotar! Não tens a força nem a habilidade necessária para tratar de um Hollow.
Kiyoshi: Então ensine-me! Você recebeu as artes Quincy do avô, porque não mas ensina?
Pai: Simplesmente não estás preparado... - Dito isto, o homem sai do quarto do seu filho. Fechada a porta, tranca-a e leva a chave consigo.
(...)
Kiyoshi: Que fizeram elas de mal... - A cabeça de um peluche via-se semi-destruída no meio dos escombros e a repórter continuava a falar.
TV: Duas crianças e um adulto morreram na explosão... (som de fundo)
Kiyoshi: Preferes que coisas assim continuem a acontecer, Pai? Podes fazer a diferença...
(...)
Olhando para as ruas, viu os clarões ao fundo das luzes dos bombeiros e um pouco mais ao longe, à esquerda dos locais destruídos via uma grande figura de branco e algumas explosões no ar. Tomou coragem e correu para lá..."
5 anos antes da actualidade
Kiyoshi corria por uma rua deserta. A escuridão natural da noite era apenas quebrada por dois factores: as luzes dos postes de iluminação e os flashs que emergiam do choque entre ataques. A guerra nos céus continuava a decorrer, Kiyoshi não conseguia distinguir bem as figuras que lutavam, excepto a do hollow gigantesco e por isso não sabia quantos shinigamis batalhavam. Não conseguia saber os números pelo reiatsu dos combatentes... A habilidade que o seu pai uma vez lhe explicara, não devia tar bem desenvolvida e ele apenas sentia uma força tremenda a vir daquele ponto da cidade.
Continuou a correr... Não podia parar, não podia descansar. Estava já a algumas centenas de metros quando o gigante branco abre a boca e lá começa a nascer uma cor vermelha. O rapaz fez o que até entao não queria fazer, parou. O seu instinto imobilizou o seu corpo, o medo inconsciente tomava posse das suas pernas e elas congelavam ali naquele cruzamento de Karakura. Estava pasmado a olhar para a figura do Hollow, agora melhor iluminada pelo Cero. A máscara ocupava todo o queixo, alargava-se para a bochecha esquerda, tapando-a totalmente e continuava até substituir a orelha original do Arrancar com uma nova toda castanha.
Quando finalmente desviou o olhar do monstro, reparou em quem lutava com ele. Três "pequenos" shinigamis empunhavam diferentes armas e estavam juntos, em frente ao Arrancar. Inesperadamente, Arrancar fechou a boca e quando a voltou a abrir o barulho de uma explosão assolou toda a cidade. Sempre dependendo do instinto, Kiyoshi havia saltado no momento que antecedeu a largada do Cero! Mesmo assim, a explosão acabara por o lançar para longe de onde estava anteriormente, juntamente com destroços de muros e casas que tinham sido destruídas.
Debaixo de escombros de um telhado, safara-se de receber ferimentos graves, apenas alguns cortes nas pernas e braços causados pelos restos de janelas que eram espalhados pela onda de choque. O seu arco tinha-se partido na parte inferior, ficando inutilizável. Tentou levantar-se, mas os destroços eram pesados para um rapaz de 12 anos os levantar sozinho. Procurou outra saída e viu um ponto de luz! Esgravatou um pouco com o que restava da sua arma e passados uns minutos um pequeno túnel estava aberto. Conseguiu passar a cabeça e o braço direito facilmente, depois encolheu o peito e ao tirar o tronco e o braço direito, feriu-se no antebraço desse lado, arrastou-se e as pernas saiam também do buraco. Gatinhou para fora daquela área e quando se ia a levantar algo o fez parar outra vez.
O mesmo tipo de pressão que sentira com o disparo do Cero, encontrava-o uma segunda vez. Mas era diferente... Algo mais forte, mais sufocante, como se estivesse mesmo no virar da esquina, que era a verdade...
Kiyoshi: Que se passa? Esta pressão tão forte, de onde vem ela... Tenho dificuldades de respirar só de a estar a suportar. - Lentamente, combateu o medo e levantou a cabeça. Apoiado no que restava de uma casa, um enorme Hollow olhava para Kiyoshi como de uma refeição se tratasse.
Hollow: Encontrei o jantar.
O Hollow berrou com todos os pulmões que tinha - se é que tinha - e estendeu o magro braço para agarrar Kiyoshi! Levantou o jovem com apenas uma mão e segurou-o a um metro do chão. Começou a aproximar a sua presa, mas algo o impediu de continuar. Um novo berro soou nos ouvidos de Kiyoshi e em seguida caiu de cú no chão. O Hollow que o tinha ameaçado há tão pouco tempo, desintegrava-se à sua frente, pouco a pouco. Uma flecha azul atravessava a cabeça do monstro... Kiyoshi virou-se para trás e via o seu pai com um arco azul enorme! Seria aquele o poder de um Quincy?
Pai: Tão novo, tão fraco, mas já tão parvo... Não te disse que não tinhas hipóteses de lutar contra um hollow? - O filho permaneceu calado, apenas se levantou de cabeça baixa. - Estes poderes não trouxeram nada de bom a quem os usou! Por isto que tanto queres, famílias foram mortas! Mas mesmo assim, achas-te no direito de te indignares contra quem te defende e exiges estas habilidades. Diz-me Kiyoshi, que farias tu se conseguisses fazer o mesmo que eu?
Todas estas palavras ecoavam na cabeça do miúdo de 12 anos. Ele simplesmente pensava...
Kiyoshi: Defender. (...) Segurança. (...) Tenho que os combater. (...) Não me vou deixar, tornar como o meu pai! - Levantou a cabeça! Os seus olhos mostravam o rejuvenescer de uma antiga convicção. E o que estava entalado a tanto tempo, foi solto depois de passar por verdadeiro perigo. - Eu... Eu não quero ser como o Pai! Quero usar esses poderes para os derrotar. Não quero estes monstros a andarem por aí, sempre a pensarem que ninguém os consegue impedir! Se os shinigamis não tratam de tudo, então eu tratarei do que sobra!
Pai: És teimoso. É a tua última palavra, certo?
Kiyoshi: Hai! - Os seus punhos são apertados com toda a sua força. A sua decisão estava tomada e iria ser levada avante quer o deixassem ou não. Não sabia como, mas esses poderes haviam de ser dele, tornar-se-ia mais forte por uma razão...
No dia seguinte, o dia correu normalmente. As casas destruídas e as explosões pela cidade eram explicadas na TV como uma falha nos sistemas eléctricos e nos sistemas de gás que juntos, haviam provocado explosões em todas as suas junções naquele bairro. A escola, felizmente não tinha sido afectada e Kiyoshi podia descansar durante as aulas que já tinha estudado na véspera. Os tópicos de conversa eram sempre os mesmos: explosões, explosões e mais explosões... Se alguém tentasse roubar alguma coisa, ninguém notava com a confusão que a cidade estava.
De noite, a família reunia-se pela primeira vez no dia. Todos estavam ao jantar e pai e filho não trocavam olhares. O silêncio era apenas interrompido pelo barulho de fundo da TV, até esta ser desligada.
Pai: Estivemos a falar, nós os dois, eu e a tua mãe e achamos...
Mãe: Achamos que se queres mesmo aprender, então que te iremos ensinar a seres um Quincy como o resto dos teus antepassados.
Kiyoshi: O-Obrigado! - Responde ele de seguida. Levanta-se de rompante mandando a cadeira para trás e batendo na mesa. Estava contente por os pais o finalmente perceberem.
Pai: Não agradeças já... Ainda não te ensinámos nada.
Actualidade
Um Kiyoshi alto e moreno mostrava-se num pequeno esconderijo da sociedade. No horizonte só se viam as árvores que constituíam a floresta que envolvia o lugar e o som que se ouvia era o da água da cascata a cair no rio.
Esticou o braço esquerdo e das mangas da camisola castanha uma pulseira de prata foi revelada! Em seguida um arco longo azul e conforme a mão direita do rapaz se afastava do arco, uma flecha era formada da mesma cor. Ali estava, o próximo Quincy de Karakura...
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Introdução acabada!
Cumps