Cenas do Passado...
À 10 anos atrás...
As ruas de Karakura sempre foram movimentadas. Pessoas que andam de um lado para o outro, sem verem o que as rodeiam, outras vão lentamente, analisando todo o ambiente à sua volta, mas não se preocupam com o que o futuro lhes reserva.
De entre toda esta gente, um rapaz de 7 anos é acompanhado pelo seu pai numa viagem ao dentista. Os olhos por trás do par de lentes dos seus óculos, mostram um olhar curioso. Tudo o que ele via, encarava como uma coisa nova, parava para ver, tocar, analisar tudo o que fosse novo. Essa era a sua natureza... Mas tinha uma certa fixação pelo céu. Desde que tem memórias, lembra-se de ver sombras estranhas na rua e a maior parte das vezes pareciam sombras a virem do céu. O que pensava desde que a sua mãe lhe lera uma história, é que eram os anjos de que tanto a sua avó falava e a própria história retratava.
Mal ele sabia, que os anjos dele, eram os anjos da morte de outros...
Kiyoshi: Pai, o que vamos fazer ao dentista? - Olhava para cima, tentando encontrar a cara do pai.
Pai: dentista vai ver se os teus dentes estão bons. Se os andaste a lavar todos os dias como deve ser.
Kiyoshi: Ok. (pausa) O Kagetsu disse-me que o dentista depois de ver os dentes dá um chupa... É verdade pai?
Pai: Se te portares bem e vir que não está nada de mal, sim. - Respondeu mais uma vez.
Kiyoshi: Ok. Pai, respondes-me a uma pergunta?
Pai: Diz Kiyoshi...
Kiyoshi: Como é que os carros andam? - Era a pergunta do dia. Não entendia como uma caixa com rodas, conseguia andar e nela cabia tanta gente.
Pai: Os carros têm motores, que com o combustível, ganham energia e levam as pessoas a onde elas querem. Percebeste?
Kiyoshi: Sim! - Mentiu ele. Tinha ficado quase na mesma, mas agora tinha mais duas perguntas novas. -
O que é um motor e um combustível? Fica para amanhã ^^Estavam quase a chegar ao prédio que o pai lhe mostrara num papel. O consultório do dentista onde iam era lá, numa última vista de olhos, voltou a olhar as nuvens com atenção. Duas sombras estavam juntas nas nuvens, mesmo no cimo do céu.
Kiyoshi: Pai! Pai! Olha estão ali dois anjos! - Solta a mão da do pai e corre até os corrimões. Subiu um dos ferros e enquanto se equilibrava com uma das mãos, apontava com a outra para o sítio onde estavam as sombras... -
Parecem estar a ganhar cor...Pai: Maldita a hora em que a tua mãe te leu aquele livro. Ja te disse mil e uma vezes, filho... - Volta atrás para o ir buscar. Pega nele ao colo e acaba a frase. - ... os anjos não existem!
Kiyoshi: Pai, então quem são aqueles dois anjos? O de preto e o cinzento e cara branca? - Agarra-se ao pescoço do pai, para o ajudar a carrega-lo.
Pai: Homem de negro? Cinzento com máscara? Será que foi desta que ele começou a ver coisas? - Olha para o céu. O filho continuava a apontar para uma nuvem que seguia o seu caminho, mas isso não era preciso. Ele próprio também os conseguia ver e apesar de não querer acreditar, acreditou. -
Shinigami e um Hollow! Ele... Está a vê-los! Tenho que o levar daqui... Filho, anda está na hora da consulta.
Entre esse dia e o Presente...
Um Kiyoshi mais maduro impunha-se contra os seus pais. Recentemente, cada vez mais Hollows apareciam, a maior parte deles normais, mas outros... Pareciam o verso da moeda dos Shinigamis. Vestiam-se de branco, ao contrário do negro tradicional dos Deuses da Morte e também tinham as suas espadas. Os noticiários davam estranhas notícias de explosões pela cidade sem motivo aparente, Kiyoshi ao longo dos cinco anos que se passaram já se habituara e reconhecera a presença de entidades que nem todas as pessoas viam. Ao ir para a escola via por vezes figuras pálidas de fantasmas que ainda não tinham partido para o mundo espiritual. Sabia que as explosões sem significado tinham a ver com aparecimentos de Hollows, monstros que nem todas as pessoas conseguiam ver e das que conseguiam, algumas recusavam lutar!
Isso era o que mais indignava Kiyoshi! Depois de conseguir perceber a natureza dos "anjos" que sempre vira em pequeno, pouco a pouco foi aprendendo o que os seus pais lhe iam dando aos poucos. Tinha uma herança, era duma família Quincy! Tinha a habilidade de poder lutar ao lado dos Shinigamis contra os Hollows, mas os seus pais impediam-no...
Kiyoshi: Porque não me deixam ir para lá? Eu consigo vê-los!
Pai: Não é por os conseguires ver que os consegues derrotar! Não tens a força nem a habilidade necessária para tratar de um Hollow.
Kiyoshi: Então ensine-me! Você recebeu as artes Quincy do avô, porque não mas ensina?
Pai: Simplesmente não estás preparado... - Dito isto, o homem sai do quarto do seu filho. Fechada a porta, tranca-a e leva a chave consigo.
Entretanto a televisão continuava a dar notícias que não enchiam de alegria o rapaz. Uma rua era destruída por uma aparente fuga de gás nos esgotos, quinze pessoas feridas.
Kiyoshi: Que fizeram elas de mal... - A cabeça de um peluche via-se semi-destruída no meio dos escombros e a repórter continuava a falar.
TV: Duas crianças e um adulto morreram na explosão... (som de fundo)
Kiyoshi: Preferes que coisas assim continuem a acontecer, Pai? Podes fazer a diferença... Num acto de descontrolo, abre a janela e olha para baixo. Era altura de usar a sua rota de fuga para saídas discretas. Abriu o guarda-fatos e de lá retirou uma corda preparada com pedaços de madeira, chegou umas camisolas de lã que nunca usava para o lado e reforçou o nó que prendia a corda ao móvel. Antes de continuar foi buscar o seu arco que usava nas aulas do clube, pegou nalgumas flechas e enfiou-as numa aljava. Chegou-se à janela e voltou a medir a altura que já sabia de cor, ao toldo da mercearia em baixo. Puxou a corda para a testar, lançou-a e desceu-a. Caiu deitado no toldo e de lá desceu por uns caixotes que estavam ao lado no chão.
Olhando para as ruas, viu os clarões ao fundo das luzes dos bombeiros e um pouco mais ao longe, à esquerda dos locais destruídos via uma grande figura de branco e algumas explosões no ar. Tomou coragem e correu para lá...
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Primeiro filler do noob de Karakura Town! ^^
Cumps e digam se gostaram...