[Filler 7º - Yǒng Gǎn] Reiatsu

Assunto: [Filler 7º - Yǒng Gǎn] Reiatsu Ter Abr 13, 2010 3:55 am

Yǒng Gǎn estava sentado numa rocha perto de um lago no recinto do parque de campismo. Era um sítio sossegado sem muita gente, por isso decidiu lá ficar sentado a meditar.

[Depois de ter defrontado e derrotado o Hollow, Yǒng Gǎn, que entretanto voltara para o seu corpo e pusera o “Kon-bolinha” dentro do peluche de novo, dirigiu-se para a casa de Isshin Kurosaki para lá deixar Kon.
Quem abriu a porta dessa vez foi a rapariga que Yǒng Gǎn tinha visto da outra vez com a bola de futebol.
Rudemente, a rapariga perguntou: “Sim?”. Ao que Yǒng Gǎn respondeu, dizendo que gostava de falar com Isshin.
Quando este apareceu, Yǒng Gǎn agradeceu, devolveu Kon e retirou-se, pois queria ir descansar e pensar sobre os acontecimentos ocorridos nesse dia.
Assim, alugou um espaço para tenda no parque de campismo e passou lá a noite.
De manhã bem cedo, ainda estava um pouco escuro, ele levantou-se e encaminhou-se para uma das zonas de lazer do parque e lá se sentou a meditar.]

Ao derrotar aquele Hollow, veio-lhe à memória a trágica morte de Ziyi, e o terrível destino do seu grande amigo Yán Shí, algo que ele sempre tentara esquecer e evitar sempre que o episódio se lhe assomava à memória.
Mas, ao pensar melhor nisso, Yǒng Gǎn constatava que naquela altura havia sido mais fácil derrotar o monstro do que nesta vez. “Mas porquê?” Porquê, se ele estava melhor treinado do que na altura? Porquê, se agora era um shinigami, o que supostamente serviria para derrotar os hollows?
“Pedro!”
Ele abriu os olhos. Pareceu-lhe ter ouvido uma voz, mas não havia ali ninguém.
- Não me digas que já te esqueceste de mim, Pedro?
“Shān!”
Então, fechando os olhos, ele esvaziou-se de todos os pensamentos, tal como fizera da primeira vez que tinha ido ao seu mundo interior. Começou a sentir-se frio e num instante, também com a ajuda da sua zampakutou, que queria falar com ele, estava na Montanha de Nǎilào.
- Desculpa Shān, estava absorto nos meus pensamentos e não percebi que eras tu que estavas a falar comigo – disse Yǒng Gǎn abrindo os olhos e vendo à sua frente Shān olhando para ele.
- Tudo bem Pedro. Eu percebi que estavas a pensar na Ziyi e no Yán Shí. É doloroso lembrares-te disso, não é? – disse Shān olhando para ele preocupado, se é que um felídeo se preocupa .
- Como é que sabes acerca do Yán e da Ziyi? – perguntou incrédulo Yǒng Gǎn.
Shān suspirou e disse:
- Ainda não percebeste que eu sempre fiz parte de ti? Tudo o que tu sabes hoje e também o sei.
- Então, tudo o que tu sabes também eu sei?
- Não. Uma zampakutou consegue colocar-se na pele de uma pessoa, pensar como ela, perceber as suas preocupações, aflições e compreender aquilo que as faz alegres. Afinal, fazemos parte delas. Eu faço parte de ti. Em contrapartida, os shinigamis não conseguem fazê-lo, é algo que ultrapassa a sua capacidade de compreensão. Conseguirias colocar-te na pele, na pele salvo seja, de uma zampakutou? Achas que conseguirias pensar ou agir como eu?
- Pensar como tu, não…
- Precisamente.
- …Mas podia tentar perceber-te – completou Yǒng Gǎn.
- Sim… Mas agora há algo mais importante que temos de tratar. Não há algo que te preocupa? O facto de teres tido uma certa dificuldade em derrotar este hollow não te sai da cabeça, não é? – interpôs Shān.
- De facto. Lembro-me da batalha contra o outro hollow. Lembro-me de quando ele assassinou a Ziyi e eu avancei sobre ele. Lembro-me da facilidade com que lhe cortei o braço. Mas contra este… Parecia que a pele dele era feita de aço. Não sei porque será…
- A resposta é Reiatsu – interrompeu Shān.
- Reiatsu?
- Força ou pressão espiritual. A força de um shinigami não se baseia apenas na sua força física. Um shinigami tem que ter domínio não só no manejo da espada, mas também na projecção e no controlo da sua reiatsu.
- E como é que eu projecto a minha reiatsu? – quis saber Yǒng Gǎn.
- Não é fácil de explicar, – informou Shān – duvido que eu o possa fazer.
- Tenta – pediu Yǒng Gǎn.
- Ora bem, então cá vai. Sabes quando tens frio, e sentes aqueles arrepios que parece que saem do coração e que te percorrem o corpo todo e te deixam os cabelos em pé?
- Huum… Sim…
- Aquilo é mais ou menos o que se sente quando se está a expelir reiatsu, mas não te sei explicar bem como fazê-lo…
- Bem, posso ir tentando.
- Então força, é melhor regressares lá fora para te aperceberes se alguém de aproxima. Se te virem tão concentrado ainda pensam que estás em transe e chamam uma ambulância.
- Pois, tens razão. Adeus.
- Adeus porquê? Eu estou sempre contigo.
- Oh, certo.
E fechando os olhos sentiu-se como que a sair de si próprio. Abriu os olhos e estava de novo no parque de campismo.

Continuava tudo na mesma, à excepção da maior claridade que se verificava, devido ao raiar do dia.
Como estava com fome, foi à recepção do parque para perguntar onde poderia tomar o pequeno-almoço.
- Hoje há uma festa na cidade, e como está toda a gente na praça, está tudo fechado, mas pode tirar qualquer coisa daquela máquina ali – disse o recepcionista apontando para uma máquina com bolos, águas e bebidas.
- Obrigado – respondeu Yǒng Gǎn aproximando-se da dita máquina – mas como é que eu tiro alguma coisa daqui?
- Tem que introduzir a moeda e escolher aquilo que quer, é simples.
Yǒng Gǎn assim o fez achando muito curiosa aquela máquina.
“Engenhoso…”
Tirou para comer um pacote de bolachas e um pacote de leite branco.
- Obrigado e bom dia – disse Yǒng Gǎn retirando-se da recepção.
- Obrigado e volte sempre.

“Deve ser por causa dessa tal festa que não há ninguém por aqui pelo parque”, ía pensando Yǒng Gǎn enquanto ía comendo bolachas e bebendo leite. “Tanto melhor assim, é da maneira que ninguém me incomoda.”
Encaminhou-se outra vez para a beira daquele lago para iniciar as suas tentativas no que diz respeito à projecção de reiatsu. Respirou fundo à frente do lago, enquanto sentia o vento a bater-lhe na cara. “Vamos lá tentar. Não deve ser tão difícil quanto isso…” Fechou os olhos e começou a fazer força como que a querer fazer sair algo de dentro dele.

“Isto é estúpido”, pensou Yǒng Gǎn.
- Que estupidez é essa que estás a fazer? – disse uma voz.
Yǒng Gǎn abriu os olhos e viu à sua frente Isshin Kurosaki com Kon ao seu ombro. Isshin estava vestido com roupas de shinigami, com um sobretudo branco amarrado ao ombro. Kon, esse, continuava igual.
- Olá, Ishi… quer dizer, Yǒng Gǎn. Vejo que estás com algumas dificuldades, certo? – perguntou Isshin.
- Olá, sim. O Shān, a minha zampakutou, explicou-me que os shinigamis necessitam de saber projectar e controlar a sua reiatsu. Eu tive dificuldades em derrotar um hollow ontem, quando me dirigia para a sua casa, por isso é que ele me disse isto.
- Sim, o Kon falou-me desse combate. Mas por favor, não me trates por você, trata-me por tu, é mais prático.
- Está bem, se insistes – concordou Yǒng Gǎn.
- Muito bem, eu posso ensinar-te a projectares, e posteriormente, controlares, a tua reiatsu. Aceitas a minha ajuda? – ofereceu Isshin.
- Claro. Todas as ajudas são sempre bem-vindas.
- Óptimo, primeiro é melhor que saias do teu corpo e assumas a forma de shinigami. Para isso é que trouxe o Kon – disse Isshin olhando para o peluche começando a estender a mão.
- Hey! Não foi isso que me disseste! E a história de precisares muito de mim para uma missão qualquer?! - protestou Kon.
Isshin agarrou em Kon e começou a meter a mão na sua boca.
- Arg! Tira… a mão… da minha… boca! Vou dar-te… uma dentada! As consequências… serão… terrív… - continuou Kon, que entretanto foi interrompido quando Isshin tirou a bolinha de dentro do peluche.
- Pronto Yǒng Gǎn, engole isso e boa sorte.
- Nhiéééc! Detesto ter que fazer isto… - disse Yǒng Gǎn, ao meter a esfera na boca. Assim que a engoliu saiu do seu corpo assumindo a sua forme de shinigami. No seu corpo, Kon dizia:
- …veis! Cof, cof, cof, cof!
- Já acabaste? – disse-lhe Isshin com cara ameaçadora – Então agora, cala-te!
- Vamos começar então? – interrompeu Yǒng Gǎn.
- Claro – respondeu Isshin -, presta atenção. Há várias maneiras de projectares a tua reiatsu e cada pessoa tem a sua maneira especial de o fazer. Na Academia de Shinigamis, o que eles ensinam para as primeiras vezes é a fechares os olhos e imaginares uma cor escura e profunda. Depois imagina-te a cair por aí adentro…
- Mas isso não demora muito tempo? – interrompeu, questionando, Yǒng Gǎn.
- Ao principio sim, mas com o tempo habituas-te… Não estou a dizer que esta deve ser a tua forma de o fazeres – advertiu Isshin -, apenas estou a dizer como os gajos lá da Academia ensinam. Tu depois encontrarás a tua própria maneira de libertares reiatsu. Mas podes ir tentando várias maneiras, até mesmo esta.
- Ok…
- Bem, e eu tenho mesmo que ir antes que os meus filhos dêem pela minha falta.
- É verdade, pensei que eles necessitassem de ti para tudo e mais alguma coisa – disse Yǒng Gǎn.
- E precisam – disse Isshin meio atrapalhado -, mas hoje disse-lhes que não ia com eles, porque têm que começar a ganhar autonomia, ehehehe. Assim vim cá ajudar-te…
- Pois, obrigado então.
- Anda Kon! – disse Isshin enquanto calçava uma luva vermelha.
- O quê?! Tu tinhas isso?! E enfiaste-me a mão na boca, quase que me sufocavas! – replicou Kon – Seu…
- Ups, parece que me esqueci. – interrompeu Isshin, levando a mão aberta até à testa de Kon, no corpo de Yǒng Gǎn, fazendo com que a bolinha saísse do seu corpo – Bem Ishi, quer dizer, Yǒng Gǎn, adeus e boa sorte – disse enquanto apanhava o “Kon-bolinha” do chão.
- Adeus, Isshin. Obrigado pela ajuda.
- Ora essa…
E desapareceu. Literalmente. Estava à frente de Yǒng Gǎn e desapareceu de repente.
“Bem”, pensou Yǒng Gǎn, “agora é só treinar. Vamos a isso, Shān?”
“Claro”, disse uma voz dentro de si.
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Nhiéééc! Ficou cócózinho o filler, mas ao menos já me livrei dele

Já tenho algumas ideias para os próximos filler's/treinos =]