[Filler 3º - Yǒng Gǎn] Um pijama, um escritório e um peluche

Na cama do quarto da pensão, Yǒng Gǎn não conseguia dormir. Estava ansioso por falar com o Isshin Kurosaki, para saber a história da sua mãe.
[Desde que tinha saído da sua casa, em Henan, há três anos atrás, ele já tinha percorrido milhares de quilómetros. Já tinha estado em Portugal, mas lá não encontrou nada conclusivo. Nessa altura decidiu então ir para Karakura, onde Yao Dabao lhe disse haver rastos da sua mãe. Pelo caminho visitou o Nepal onde encontrou informações acerca dela, algo que ele não esperava num local como aquele. As informações que lá recolheu colocaram-no no caminho de Isshin Kurosaki.]
Ao revirar-se na sua cama, Yǒng Gǎn ouviu, ao longe, uns ruídos estranhos, quase como que rugidos. Mas não eram rugidos de nenhum animal que conhecesse. Mesmo que fosse de um animal seria estranho, uma vez que estava numa cidade densamente habitada. De alguma forma, tinha a impressão de já ter ouvido isto em algum lado. Não dando muita importância, voltou-se para o lado e continuou na sua jornada pela procura do João Pestana, até que lá o encontrou.


Na manhã seguinte, depois de sair da pensão, Yǒng Gǎn dirigiu-se ansiosamente para a Clínica Kurosaki a fim de ter a tal conversa com Isshin. Eram já quase 10 horas quando lá chegou.
Bateu à porta e ficou à espera. Quem a abriu era uma rapariga com cerca de 20 anos de idade, de média estatura, cabelos castanhos e muito bonita, por sinal.
- Sim? – Perguntou ela.
- Bom dia, venho para falar com Isshin Kurosaki. Estive cá ontem e como ele não podia falar comigo pediu-me para vir hoje por volta desta hora – respondeu Yǒng Gǎn.
- Huuum… Ele não me disse nada. Espere aqui um momento que eu vou ver – respondeu a jovem – Com licença – enquanto fechava a porta.
Passados alguns minutos a rapariga voltou:
- Ele vem já, senhor…?
- Chamo-me Pedro Valente, mas pode chamar-me Yǒng Gǎn – respondeu o dito cujo – e não sou senhor – acrescentou.
- Muito prazer, sou a Yuzu… – disse inclinando ligeiramente o tronco – Ahh, é o meu pai que aí vem. – disse ela olhando para o lado – Adeus Yǒng Gǎn.
E retirou-se, aparecendo à porta Isshin, ainda de pijama e com uma cara ensonada de quem acabou de acordar:
- Ahh! É você… *oooaaaahhh* [o “*oooaaaahhh*”, entenda-se, é um bocejo] Já me tinha esquecido que tinha ficado de vir cá hoje.
- Bem, eu posso vir mais logo – observou Yǒng Gǎn olhando para o pijama branco com girafas pequeninas de Isshin.
- Não, não… Por favor, entre. Podemos falar no meu escritório.
Yǒng Gǎn entrou enquanto Isshin fechava a porta e dizia-lhe para o acompanhar.
Já dentro do escritório, Isshin sentou-se numa cadeira que estava por detrás de uma secretária e fez um gesto para que Yǒng Gǎn se sentasse noutra cadeira que estava à frente da dita secretária.
- Então, o que gostava de falar comigo… Errr… Ainda não sei o seu nome – começou Isshin.
- Chamo-me Pedro Valente, mas desde pequeno que me chamam Yǒng Gǎn.
- Valente?
- Sim, pelo que sei, a minha mãe era portuguesa. Chamava-se Petra Valente.
- Estou a ver… Então és filho da Ishi, hein? Eu devia ter percebido. Com uma reiatsu dessas… E também deves ser shinigami de certeza, estou certo?
- Ishi? O senhor conheceu a minha mãe? O que é que a minha raiátssú tem a ver com o caso? E que história é essa de chinigómi?
- Bolas, tanta pergunta – respondeu Isshin a meio de um sorriso - Sim, conhecia a tua mãe. Ishi era o nome pelo qual era conhecida, não só pelas origens do seu nome [Petra significa pedra, que é ishi em japonês], como pela sua personalidade forte. Era uma rapariga muito dura. – ía dizendo Isshin enquanto olhava para o vazio com um ligeiro sorriso na cara – A tua REIATSU, que calculo que não saibas o que é, é igualzinha à dela. Talvez um pouco mais serena… Reiatsu, para que fiques desde já a saber, é força espiritual.
- Errr… Antes de continuarmos… Você é algum género de xamã, astrólogo, doutor espiritual, ou alguma treta dessas, tipo Pai Ambrósio ou Professor Karamba? – perguntou Yǒng Gǎn um pouco incrédulo.
- Não, sou um simples médico que tem uma clínica particular e, aqui só para nós – disse baixando a voz – já fui shinigami há muito tempo.
- E essa história de chinigómi. O que é isso? Ela era uma chinigómia?
- Os SHINIGAMIS são deuses da morte. O seu trabalho é manter o equilíbrio entre o Mundo Real, aquele no qual nos encontramos, e a Soul Society, que é onde vivem os shinigamis e a tua mãe também viveu. E pelos vistos, atendendo à tua ignorância relativamente a este aspecto, não és Shinigami como ela. Mas ía jurar que há aí algo mais…
- Algo mais…?
- Sim… Já sei! Se calhar era melhor ires ao posto de turismo, porque aqui NESTA CASA AS PAREDES TÊM OUVIDOS, NÃO É KON!? – disse Isshin gritando moderadamente para a porta fechada.
A porta abriu-se e apareceu um pequeno leão de peluche a andar sozinho … Sim, um leão de peluche, a andar sozinho. Sozinho! Então, o peluche, que pelos vistos se chamava Kon, disse [ele fala!] ligeiramente atrapalhado:
- Eu… Errr… Desculpa pai do Ichigo… Eu estava a passar e…
- Não faz mal, – interrompeu-o Isshin – entra e fecha a porta, se fazes favor.
- Eu posso mesmo ouvir a conversa? – perguntou Kon incrédulo.
- Sim, desde que estejas calado no teu canto e ouças com muita atenção. E o que aqui for dito desta sala não sai. – respondeu Isshin.
- Claro, não ouvirás um pio da minha boca, vou estar calado o tempo todo. Nem vais notar que eu estou aqui, o que é um pouco difícil, uma vez que eu sou magnífico e sempre que eu estou presente as atenções recaem sobre mim devido à minha humilde grandiosidade. E a minha boca é um túmulo, é como se tivesse sido cozida pelo assassino de peluches número um, o maluco da costura, o maníaco das linhas, esse Ishida, e…
- Logo me contas essa história do assassino de peluches número um mais tarde – cortou Isshin – mas agora, ou calas-te, ou meto-te dentro da máquina da roupa, que já precisas. Como eu ía a dizer, desculpa Ishi-san, perdão Yǒng Gǎn-san, conheço alguém que te pode ajudar relativamente ao teu “algo mais” e que te falará sobre a tua mãe e sobre toda a história que ter-se-á que contar consequentemente, melhor do que eu. Chama-se Urahara Kisuke e vive também nesta cidade.
Yǒng Gǎn ía ouvindo o que Isshin dizia, pensando que já estava farto de andar sempre de um lado para o outro. Mas, instigado pelo facto de querer saber mais acerca da sua mãe, constatou que não havia outra maneira a não ser ir ver esse tal Urahara.
-Tem uma loja. – continuou Kurosaki - Não te posso levar lá porque sou pai de família e as minhas filhas e o meu filho precisam muito de mim aqui em casa. E é aqui, Kon, - dirigindo-se para o peluche – que tu entras. A tua missão será levar o nosso amigo Yǒng Gǎn-san à Loja Urahara em segurança.
- O quê!? – retorquiu Kon - Eu não vou à loja daquele velho maluco! Nem pensar! Ainda me tira do meu rico corpo para me analisar… Nunca na vida!
- Preferes ir à máquina da roupa? – ameaçou Isshin franzindo o sobrolho.
- Não me assustas com as tuas ameaças, pai do Ichigo. Eu vou levar este Yǒng Gǎn à loja do Urahara, mas é só porque simpatizei com ele e não quero que nada de mal lhe aconteça. Não são as tuas ameaças que me demovem.
E afastou-se parando apenas na porta e dizendo para Yǒng Gǎn:
- Então? Vens ou ficas aí a aquecer a cadeira?
Se ele tinha alguma dúvida relativamente à história de Shinigamis, no momento em que o peluche lhe dirigiu a palavra, ele ficou disposto a acreditar em tudo.

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Não me perguntem como é que o Kon, sendo tão pequenino, conseguiu abrir a porta

LOL, não conhecia o Pai Ambrósio

Bom filler, espero pela continuação ^^

Ya, o Pai Ambrósio é o maior

Obrigado =]

Bom filler Snow.

Usar o Kon sempre é uma boa idéia, ainda mais quando consegues colocar a energia divertida que ele nos passa.

Obrigado Mimito ^^

Já estou a pensar no próximo, mas tão cedo não o farei. Tenho que estudar